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GRUPO MIRANTE DE TEATRO

O Grupo Mirante de Teatro foi fundado na Universidade de Fortaleza (Unifor) em 1984 e atualmente é dirigido por Hertenha Glauce.

 

São aproximadamente 17 atores que dividem a missão de espalhar essa arte tão importante para a nossa sociedade.

 

Hertenha e Bruno Ponte, ator do Grupo, contam um pouco sobre suas tragetórias e experiências, tanto no Mirante, como em outros grupos.

Apresentação
Entrevistas
Isabelle Galeazzi

O teatro é essencial para o crescimento cultural da sociedade. Sua arte é belíssima e explora todos os sentidos humanos. Segundo Margarida Saraiva, da Escola Superior de Teatro e Cinema, de Portugal, seu surgimento deu-se a partir da reunião de um grupo de pessoas em uma pedreira, que se reuniam para aquecer-se do frio perto de uma fogueira. Como ela fazia refletir a imagem das pessoas na parede, deu-se início ao ato de improvisar textos e fazer gestos com o corpo que se refletiam nas sombras. Já no Brasil, o teatro surgiu no século XVI para espalhar a crença religiosa. Porém, só começou a ser comum como forma de entretenimento após a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, quando o rei costumava convidar companhias de teatro estrangeiras para fazer apresentações para a nobreza.

 

Existem muitas datas comemorativas sobre ele ao redor do mundo, como “Dia Mundial do Teatro” (27 de março), “Dia Nacional do Teatro” (19 de setembro) e “Dia Universal do Teatro” (21 de março).

 

Além do entretenimento, o teatro ajuda as pessoas a se desinibirem, a descobrirem seu "próprio eu". Ele é um espaço de expressão pessoal e causa arrepios, não só quem pratica, mas também quem assiste.​

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Celina Diógenes

A importância do teatro para quem pratica

O teatro faz parte da vida de milhares de pessoas, mas com o tempo foi perdendo seu espaço

Grupo Mirante de Teatro

Por: Isabelle Lima (Caderno Roxo)

CADERNO ROXO: Como e por quê você começou a fazer teatro?

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ISABELLE GALEAZZI: Fiz teatro muito nova por três anos, mas acabei deixando de lado. Foi no segundo ano do ensino médio no Colégio Batista, através de um evento chamado Modernismo (trata-se de um show com dança, música e teatro produzido pelos alunos do ensino médio sobre algum tema que traga conhecimento histórico), mesmo com vergonha, eu resolvi participar do teatro. Na hora de passar as falas, eu me tremia toda, suava de tanto medo e vergonha, mas, mesmo assim, uma amiga me chamou para participar do grupo dela. Comecei a ir para os ensaios do Abre Alas, um grupo independente de teatro musical infantil e logo já estava fazendo as primeiras peças com o grupo. Dirigido por Kildary Pinho, eles sempre foram muito acolhedores, aceitando diversos níveis de experiência e sempre muito pacientes para ensinar o que eles sabiam. 

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CADERNO ROXO: O teatro mudou a sua vida? Como?

 

ISABELLE GALEAZZI: Momentos eu que preciso falar em público, com certeza, se tornaram mais fáceis. Até mesmo desenvolver um diálogo com pessoas novas se tornou menos desafiador, eu me soltei muito, virei uma pessoa menos travada; mas o teatro fez muito além disso. Saber minha hora de fala, analisar situações pacientemente e saber o que fazer, entender o que o outro está sentindo e colocar no lugar dele: tudo isso foi contribuição do teatro. Mesmo com pouco público - às vezes cinco pessoas na plateia -, segurar um espetáculo é uma experiência que me ajuda muito a continuar firme diante de situações complicadas. Além de que sou uma pessoa muito mais feliz, poder vivenciar momentos dentro do teatro é algo que me dá forças para seguir normalmente.

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CADERNO ROXO: Como atriz, qual o maior prazer que você tem?

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ISABELLE GALEAZZI: É encantador ver as crianças cantando as músicas da peça junto, elas entram muito na história, interagem e sempre soltam comentários super preciosos. É mais mágico ainda ver que os pais também se envolveram com a peça. Eu vou embora para casa mais feliz quando fico sabendo que tinha algum pai chorando por causa da história. Meu grupo costuma fazer adaptações de clássicos da Disney, na hora de tirar as fotos e falar as pessoas que assistiram a peça, as crianças ficam loucas. Poder ter esse contato é maravilhoso, poder dar aquele abraço e tirar personagens tão queridos do plano do inalcançável é incrível, as crianças valorizam muito tudo isso. O que eu mais amo é poder levar personagens com histórias tão lindas para perto das pessoas, mostrar paras crianças que elas podem ser o que elas quiserem, provar que nada é distante demais.

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CADERNO ROXO: Qual foi a peça que você atuou que mais te marcou?

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ISABELLE GALEAZZI: Com certeza foi Moana. E sou apaixonada pela história e pela personagem, pois fala sobre afirmar quem você é e abraçar e valorizar a cultura do seu povo. Foi um papel mais desafiador do que eu pensei que seria, desenvolve-la exigiu muitos ensaios de dança, canto e teatro. É uma peça que me marcou muito em diversos aspectos; poder fazer a Moana proporcionou uma crescida gigantesca na minha maturidade como atriz. Porém, o que mais me marcou foi o contato com as crianças, na hora de tirar fotos tem criança que chora de tão feliz, até autógrafo de Moana eu já dei (risos), é muito engraçado. A melhor parte foi poder levar a personagem para além do nosso teatro na escola de artes Viva: Moana foi parar na Edisca, fazendo uma breve intervenção no dia das crianças. Lá é uma organização não-governamental que oferece diversos serviços a crianças de baixa-renda, tendo como foco a dança, levar uma princesa negra e possibilitar essa representatividade e identificação é sensacional. 

 

CADERNO ROXO: Como e por quê você começou a fazer teatro?

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CELINA DIÓGENES: Eu comecei a fazer teatro porque eu era muito tímida, e eu vi nele uma forma de perder essa timidez. Eu comecei a fazer no grupo Em Cena, do Colégio Christus. Eu acho que foi no ano de 2011 e fiquei durante quatro anos. A pessoa que abriu as portas para mim, que meu deu mais oportunidades, foi a professora Nazaré Fontenele, e eu devo muito a ela porque ela me incentivou, ela me ajudava quando eu tinha algum problema, ela sempre estava ali do meu lado. E aos poucos eu fui perdendo essa timidez, eu fui conseguindo melhorar nesse quesito. Eu ainda sou uma pessoa muito tímida, mesmo sendo da comunicação social, mas hoje, depois desses cinco anos, eu vejo que eu melhorei muito, que eu sou mais expressiva, que eu consigo falar melhor com as pessoas. Até em pequenas coisas o teatro me ajudou, até no meu dia a dia, até na forma de lidar com as pessoas, com colegas de trabalho, com professores.

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CADERNO ROXO: Como você acha que o teatro pode te ajudar a profissão de jornalista?

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CELINA DIÓGENES: Eu acho que o jornalista e também qualquer outra profissão, a pessoa precisa ter muita comunicação e ter muita abertura para lidar com as pessoas. Então o teatro fez isso comigo, ele me abriu para outras oportunidades e principalmente na minha forma de falar, na minha forma corporal.

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CADERNO ROXO: O teatro mudou sua vida? Como?

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CELINA DIÓGENES: Essa pergunta é bem difícil, bem complexa. Mas eu diria que ele mudou um pouquinho em cada parte e ao mesmo tempo no todo. Sem o teatro, eu não teria as experiências que eu vivi lá e eu não teria, talvez, essa liberdade que hoje eu tenho em determinados aspectos. Pelo teatro, eu sou uma pessoa mais leve e mais liberta. Como eu falei, a professora Nazaré Fontenele me ajudou muito porque quando eu entrei eu não ia entrar no Em Cena, eu ia entrar em uma turma abaixo, em uma turma de iniciantes. E foi ela que me incentivou e disse “não, você consegue, você vai, eu quero que você entre”. E por causa disso, eu entrei no Em Cena, me esforcei para estar lá, para estar em um ambiente que ainda não era o meu ambiente. Eu não me sentia preparar para estar no Em Cena, por ser um grupo maior, por ser um grupo que representa uma instituição. Mas graças a ela eu consegui, e de certa forma o teatro mudou em tudo, no meu curso, na relação com a minha família e amigos.

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CADERNO ROXO: Você continua fazendo teatro?

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CELINA DIÓGENES: Eu parei no começo de 2015 porque eu entrei na faculdade. A vida começou a ficar bem atribulada. Eu participei de uma seleção de estágio e eu não estava conseguindo conciliar o estágio com o teatro.

Eu tive que fazer uma escolha, infelizmente. Eu gostava muito do teatro, mas por outros motivos que eu precisava seguir a minha vida, eu priorizei o estágio e eu tive que sair.​

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CADERNO ROXO: Qual foi a peça que você atuou que mais te marcou?

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CELINA DIÓGENES: Uma peça que me marcou bastante foi uma que a gente fez sobre a loucura. Tinha leituras, estudos em grupos. Eu tive que sair muito de mim, do meu jeito, de como eu era para encarar o meu personagem. E para mim, isso é muito difícil até hoje, viver a vida de outra pessoa. Você precisa ter uma liberdade corporal muito grande - que eu fui aprendendo com o tempo.

Eu fazia o papel de uma pessoa que tinha problemas mentais, no qual tinha que ter uma forma de falar muito alta, muito forte. Você tinha que ter interações com outros colegas, que talvez você não tinha antes e naquela hora tinha que ter. Para mim foi bem marcante porque foi a peça que eu mais tive que sair da minha zona de conforto.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Celina Diógenes, 20, é estudante de comunicação social na Universidade de Fortaleza (Unifor) e contou o quanto o teatro a ajudou em sua futura profissão e a perder a timidez. Já Isabelle Galeazzi, 19, é estudante de psicologia e relata como começou a fazer teatro e sobre suas experiências no palco.

O TEATRO TRANSFORMANDO VIDAS

Celina Diógenes

Isabelle Galeazzi

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